Quando um crítico deve julgar uma obra pode escolher dois métodos. Ou limitar-se a essa única obra do autor e abstrair das outras; - ou integrar no seu juízo toda a produção do autor. Mas na maior parte das vezes ele emprega um outro método que lhe deveria ser sempre interdito - consiste em integrar no quadro das suas considerações, paralelamente à obra submetida a crítica, outras obras de acordo com o humor da sua escolha, deixando arbitrariamente de lado as outras que, de momento, não servem o objectivo que persegue ou o efeito que pretende obter, outrogando-se assim o direito de fragmentar o autor a seu belo prazer.
Quantas vezes acontece - e não é necessariamente por má vontade - que o crítico projecta na obra de um autor a sua ideia fixa, sem ser já capaz de aí ver outra coisa a não ser essa ideia, que o obceca de modo monomaníaco; - enquanto que para o autor ela é na sua obra apenas um elemento entre dezenas e não necessariamente o mais importante.
Atribui-se ao artista uma intenção artística, ética ou outra que ele nunca teve e critica-se-lhe o facto de não ter atingido aquilo que ele queria.

Arthur Schnitzler, in 'Arte e Crítica'

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2. O Ódio liga mais os Indivíduos que a Amizade
3. Somos Todos Corruptíveis
4. A Alma Dominada pela Solidão
5. Um Certo Grau de Vida
6. O Desejo de Discutir
7. A Verdade por si Mesma não Tem nenhum Valor
8. As Palavras Condicionam o Pensamento e o Entendimento
9. As Palavras Condicionam o Pensamento e o Entendimento
10. Estabelecer Princípios
11. Liberdade Ilusória
12. Os Piores Inimigos
13. Empatia com as Fraquezas
14. Apreciação Imparcial
15. O Melhor Motivo para Criar Arte
16. A Obra e o Eco da Obra
17. Influências Negativas do Passado
18. Imparcialidade Inconsciente do Crítico
19. Quando uma Terceira Pessoa fica a par de um Assunto Privado...
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