É urgente tirar o bibe e o babete e experimentar o mundo como ele realmente é, para lá das câmpanulas de vidro em que nos enfiaram, fora do ambiente clinicamente testado dos laboratórios onde nos metemos. Porque, ao que parece, quando não sujamos as mãos e os pés mesmo a sério, damos por nós a sujá-los de formas muito mais ínvias.

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Quanto maiores as expectativas, maior a dificuldade.

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A dor só se torna tão mais próxima quanto mais próximas de nós forem as vítimas.

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Os males dos outros não consolam muito, mas consolam um bocadinho. E sobretudo revelam que o problema pode não estar onde achamos que está, podendo impedir-nos de cometer os erros que os outros já cometeram.

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Ter consciência de como da nossa felicidade, e da nossa saúde, depende o bem-estar dos outros pode ajudar a destruir aquela sensação de culpa que temos sempre que tomamos conta de nós, sempre que tiramos um tempo à família e aos filhos para nosso próprio prazer.

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Quando estamos bem connosco próprios e felizes, contagiamos os outros, da mesma forma que, quando estamos mal, arrastamos quem nos rodeia para o mesmo abismo.

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A generosidade da poesia está na liberdade que as palavras conquistam, para dizerem apenas o que nos apetece ouvir.

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Muitas vezes não entendemos o significado profundo das coisas porque as retiramos do seu contexto e não percebemos o simbolismo da linguagem.

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Ao contrário do que pensamos à posterior não são só as palavras, e às vezes nem sequer são as palavras, que provocam e perpetuam uma discussão. A expressão do outro, a posição do corpo, a distância a que se estava e o tom em que o que foi dito foi dito, contam tanto ou mais. E sobretudo conta o passado.

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Esta mania da objectividade, de analisar os problemas de todos os ângulos, de procurar a verdade, de nos informarmos mais e melhor para que a nossa opinião seja bem fundamentada, dá cabo dos nervos. Ao fim de um ano disto, mesmo o mais dotado dos mortais fica de rastos, quanto mais o comum dos ditos.

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