Actualidades: Sociedade

151 Citações

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Grande , Nuno

Vivemos um momento histórico perturbante pela circunstância de assentar numa indefinição daqueles valores seculares que permitiram manter a identidade portuguesa, mesmo em momentos de dificuldades extremas

Jornal de Notícias / 20031019

Encarnação , Carlos

Os meios de comunicação são pequenos tribunais, os operadores judiciários são estrelas mediáticas, a política e a justiça acusam-se reciprocamente. Estou particularmente convencido de que, absortos pelas suas preocupações estratégicas, os intervenientes nem se dão conta das perplexidades que causam ao cidadão comum

A propósito do caso da Casa Pia, e o julgamento de figuras públicas envolvidas nesse caso
Jornal de Notícias / 20031018

Barreto , António

O país está exausto. As suas elites desinteressadas. Os seus trabalhadores temerosos. E os seus consumidores resignados. Quase tudo o que depende do interior, tal como a educação, a saúde pública, a justiça, a Administração, a organização do Estado, o notariado, o trânsito rodoviário, as licenças camarárias, o fisco, a luta contra a corrupção e a limpeza das ruas nas cidades, quase tudo, dizia, parece estagnado, atrasado e lento na melhoria. O que, pelo contrário, depende do exterior ou tem de enfrentar a emulação externa, ou morre, o que é um alívio, ou melhora

Público / 20031005

Jorge Silva , Vicente

O Estado de direito democrático é afrontado pelo arbítrio judicial, enquanto assistimos a uma concentração asfixiante dos media e à sua tabloidização agressiva e quase generalizada que se repercute nos comportamentos sociais. No fundo do plano inclinado da depressão económica abre-se o fosso da impotência política e da falta de alternativas e horizontes: é o caminho para o salve-se quem puder e para as derivas populistas da frustração e do ressentimento. (...) Aproximamo-nos de uma era de vazio, indiferença e adulteração de valores que envenena as redes de convivência cívica e a simples percepção do que é justo e do que não o é

Diário Económico / 20031003

Madrinha , Fernando

Mais do que todos os cuidados do Governo, estranha-se, porém, que os próprios meios de comunicação social portugueses tenham mostrado ao longo dos anos uma atitude tão displicente e desinteressada em relação a Olivença, encarando-a meramente como uma causa remota e perdida de um pequeno grupo de lunáticos. Como se o país mediático tivesse interiorizado, tanto ou mais do que os sucessivos governos, que este é um assunto perigoso. Um tabu que precisa de ser mantido a todo o custo e de que nem sequer se deve falar em voz muito alta. Como se a própria consciência colectiva estivesse condicionada pelo medo de reacções intempestivas do poderoso vizinho espanhol. O que seria grave num país que deve ter opinião própria e esclarecida, mesmo se incómoda para os seus amigos e vizinhos

Sobre a eterna questão de Olivença, ocupada pelos Espanhois em 1801
Diário Digital / 20031002

Rolo Duarte , Pedro

Há em Portugal quem queira ganhar dinheiro e ganhar a vida fazendo bem, dando passos em frente, não cedendo ao fácil, ao barato, ao rasca, desenvolvendo conceitos e ideias, importando o melhor que há para importar, gerindo e gerando mais-valias. (...) E, espanto dos espantos, resistem e até ganham dinheiro

DNa (DN) / 20030927

Gaspar , António

Parece ser pacífica a aceitação de que os índices da produtividade em Portugal são baixos quando comparados com os seus principais parceiros europeus, o que e por consequência, o coloca também abaixo da média dos mesmos. O que já não será tão fácil de aceitar são opiniões justificativas do facto. (...) No entanto, esta situação muitas vezes não configura uma apresentação linear, isto é, o trabalhador qualifica-se a suas próprias expensas (potenciando o beneficio da empresa duplamente) e não lhe é reconhecido o esforço, o reforço de conhecimentos e a suprema vontade participativa que com este acto, o mesmo demonstra em querer ajudar a empresa. Não tenhamos ilusões que para certas posições não são as competências que ditam lei, mas sim uma matriz de influência (adjective-se de grupo de influência, ‘lobby’, pessoa de confiança, simpatia politica-partidária, amizade e quejandos), que nada tem a ver com conhecimentos. Por vezes, estes trabalhadores acabam por ser incómodos para o “regime†dominante, não se fazendo de forma inteligente um aproveitamento de todas as suas potencialidades

Diário Económico / 20030926

Prado Coelho , Eduardo

Descobri praias e povoações onde a ostentação de classe atingia dimensões chocantes. Mas não vi luta de classes - luta, conflito, confronto aberto. Quanto muito, uma inveja rosnada e magoada dos "pobres" contra os "ricos", mas em que os "pobres" não pareciam desejar mais nada do que estar no lugar dos "ricos". (...) O que podemos dizer hoje é que continuam a existir diferenças de classe, mas as formas tradicionais de luta de classes estão em vias de desaparecimento. Porque uma coisa são as classes, outra a existência de lutas de classes (embora a luta seja uma forma de construir a identidade das classes, mas não a única).

Acerca do comentário de Odete Santos que disse que "Até nas praias existe luta de classe"
Público / 20030924

Pires de Lima , António

Todos os países comunitários em épocas de crise económica e crescimento do desemprego, reduzem substancialmente as suas quotas de imigração. Por que será? Por três razões essenciais. Primeiro: porque quando a economia não tem a capacidade de dar novos empregos em quantidade, havendo excesso de imigrantes a chegar, há maior desemprego na população, com todas as disfunções sociais daí decorrentes. Segundo: porque excesso de oferta de trabalho quando não há procura significa, para as empresas e para a mesma função, substituição de trabalhadores mais caros por aqueles que estão dispostos aceitarem salários mais baixos. Geralmente são os recém-imigrantes aqueles que estão dispostos a aceitar esses salários mais baixos. Terceiro: porque ao baixarem os salários de referência para as funções que os imigrantes preferencialmente preenchem, torna-se mais difícil a já de si complexa mobilidade funcional e geográfica dos trabalhadores que perdem os seus empregos. Consequência óbvia : mais desemprego e mais custos sociais a suportar pelo Estado

Diário Económico / 20030923

Manuel Fernandes , José

Um dos sinais de degradação das sociedades democráticas e liberais é a demissão das elites. Intimidadas com a chegada do povo ao palco da actualidade, por via dos novos meios de comunicação e da multiplicação dos mecanismos que procuram medir a «vontade popular», as novas e velhas elites parecem sentir-se mal se não mostrarem que estão à frente, mesmo quando isso significa a pior das direcções

Público / 20030910
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