Levanta o pano, ó tragador das eras,
A cena mostra das fatais desditas,
Pois que no giro das paixões que incitas
Tragar venturas, vorazmente, esperas.

Do vário mundo que só nutre feras,
Co'a torva dextra lhe desvia as ditas.
Solta das asas as Tentações malditas,
Os filhos traga, que indolente geras.

Leva de rojo, c'o decretado gume,
Planos que traças ao profundo Averno.
Acende e apaga da Razão o lume!

Ó Tempo, ó Tempo, regedor do Inferno!
Louvem-te as Fúrias, de quem tens ciúme,
Que só adoro as decisões do Eterno.

Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'
// Consultar versos e eventuais rimas

1. A Fúria Mais Fatal e Mais Medonha
2. Terra
3. Quanto é Melhor Calar, que Ser Ouvido
4. Paciência, um Sofrimento Voluntário
5. Ar
6. Com a Fortuna não Perde o Ser de Besta
7. O Avarento
8. Fogo
9. Deus, Infinito Ser
10. Basta, não Posso Mais, Mundo Enganoso!
11. Outono
12. Volúvel do Homem Foi Sempre a Vontade
13. À Sua Velhice
14. Retrato das Mulheres em Todas as Idades
15. Aquela que Cantei na Doce Lira
16. A Inocência
17. À Discórdia
18. Podes, ó Tempo, Entrar: Eu Te Convido
19. Os Teus Beijos, Meu Bem, Tuas Carícias
20. Cegos como as Peças de Ouro Reluzentes
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