À Sua Esperança
Esta esperança vã, doce tormento,
Com que amor lisonjeiro determina
Acumular estragos à ruÃna
Por levantar padrões ao escarmento,
Foi crepúsculo breve de um momento,
Delicado jasmim, frágil bonina,
Rosa, que se murchou duma aura fina,
Vidro, que se quebrou de um leve vento.
Morreu minha esperança às mãos de um rogo
E nas cinzas se alenta o meu cuidado,
Que amor nos impossÃveis mais se inflama:
Mas se a esperança é ar, e amor é fogo,
Justo é que nela cresça o meu agrado,
Pois ao sopro do vento cresce a chama.
Francisco de Vasconcelos Coutinho, in 'Fénix Renascida'