A verdade é semelhante a uma adolescente
vibrante, flexível, em radiosa sombra.
Quando fala é a noite translúcida no mar
e a esfera germinal e os anéis da água.
Um apelo suave obstinado se adivinha.

Ela dorme tão perfeitamente despertada
que em si a verdade é o vazio. Ela aspira
à cegueira, ao eclipse, à travessia
dos espelhos até ao último astro. Ela sabe
que o muro está em si. Ela é a sede

e o sopro, a falha e a sombra fascinante.
Ela funda uma arquitectura volante
em suspensas superfícies ondulantes.
Ela é a que solicita e separa, delimita
e dissemina as sílabas solidárias.

António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
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2. É por Ti que Vivo
3. Mãe
4. Para um Amigo Tenho Sempre
5. É por Ti que Escrevo
6. A Mulher
7. Estar Só é Estar no Íntimo do Mundo
8. A Festa do Silêncio
9. Vive-se Quando se Vive a Substância Intacta
10. Vertentes
11. A Verdade
12. Um Ofício que Fosse de Intensidade e Calma
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15. O Jardim
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17. A Palavra
18. A Leitora
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