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Juan Ramón Jiménez

Espanha
23 Dez 1881 // 29 Mai 1958
Poeta [Nobel 1956]

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Como, Morte, Temer-te?

Como, morte, temer-te?
Não estás aqui comigo, a trabalhar?
Não te toco em meus olhos; não me dizes
que não sabes de nada, que és vazia,
inconsciente e pacífica? Não gozas,
comigo, tudo: glória, solidão,
amor, até tuas entranhas?
Não me estás a sustentar,
morte, de pé, a vida?
Não te levo e trago, cego,
como teu guia? Não repetes
com tua boca passiva
o que quero que digas? Não suportas,
escrava, a gentileza com que te obrigo?

Juan Ramón Jiménez, in "La Muerte"
Tradução de José Bento
// Consultar versos e eventuais rimas




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