Publicidade

David Mourão-Ferreira

Portugal
24 Fev 1927 // 16 Jun 1996
Poeta/Escritor

Publicidade

Memória

Tudo que sou, no imaginado
silêncio hostil que me rodeia,
é o epitáfio de um pecado
que foi gravado sobre a areia.

O mar levou toda a lembrança.
Agora sei que me detesto:
da minha vida de criança
guardo o prelúdio dum incesto.

O resto foi o que eu não quis:
perseguição, procura, enlace,
desse retrato feito a giz
pra que não mais eu me encontrasse.

Tu foste a noiva que não veio,
irmã somente prometida!
— O resto foi a quebra desse enleio.
O resto foi amor, na minha vida.

David Mourão-Ferreira, in "Tempestade de Verão"
// Consultar versos e eventuais rimas




Publicidade

Publicidade

Publicidade

Facebook
Publicidade

Inspirações

Um Estranho Ímpar

Publicidade

© Copyright 2003-2021 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE