Paul Celan

Roménia
23 Nov 1920 // 20 Abr 1970
Poeta

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Olhos

Olhos:
brilhantes da chuva que caiu
quando Deus me mandou beber.

Olhos:
ouro, que a noite me contou nas mãos,
quando colhi urtigas
e fiz arrepender as sombras dos Provérbios.

Olhos:
noite, que sobre mim resplandeceu, quando escancarei o portão
e atravessado pelo gelo invernoso das minhas fontes
saltei pelos lugares da eternidade.

Paul Celan, in "Papoila e Memória"
Tradução de João Barrento e Y. K. Centeno
// Consultar versos e eventuais rimas




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