Rajada
Abram-se as portas do inferno
para o meu amor!
Rasgue-se a terra num rugido eterno
para solver a minha dor!...
Trágica cavalgada
do meu pensamento!
Tu andas batalhando o meu tormento
Num rumor de maldição!
Oh rajada infernal!
leva-me o coração,
onde vibra a agonia do meu mal...
E se amarrada à minha cruz de fogo,
nesta ânsia rubra, eu não vencer a Dor,
dispersa seja a queixa do meu rogo!
- E que o vento e as ondas,
a fiquem gritando
num eterno clamor!...
Judith Teixeira, in 'Antologia Poética'