Quando um ramo de doze badaladas/ se espalhava nos móveis e tu vinhas/ solstício de mel pelas escadas/ de um sentimento com nozes e com pinhas,/ / menino eras de lenha e crepitavas/ porque do fogo o ...
É Natal, nunca estive tão só./ Nem sequer neva como nos versos/ do Pessoa ou nos bosques/ da Nova Inglaterra./ Deixo os olhos correr/ entre o fulgor dos cravos/ e os dióspiros ardendo na sombra./ Que...
Natal divino ao rés-do-chão humano,/ Sem um anjo a cantar a cada ouvido./ Encolhido/ À lareira,/ Ao que pergunto/ Respondo/ Com as achas que vou pondo/ Na fogueira./ / O mito apenas velado/ Como um c...
Não digo do Natal – digo da nata/ do tempo que se coalha com o frio/ e nos fica branquíssima e exacta/ nas mãos que não sabem de que cio/ / nasceu esta semente; mas que invade/ esses tempos relíquido...
espero que me calhe aquela fava / que é costume meter no bolo-rei: / quer dizer que o comi, que o partilhei/ no natal com quem mais o partilhava/ / numa ordem das coisas cuja lei / de afectos e memór...
Mais uma vez, cá vimos / Festejar o teu novo nascimento, / Nós, que, parece, nos desiludimos/ Do teu advento!/ / Cada vez o teu Reino é menos deste mundo! / Mas vimos, com as mãos cheias dos nossos p...
Andava um dia/ Em pequenino/ Nos arredores/ De Nazaré,/ Em companhia/ De São José,/ O bom Jesus,/ O Deus Menino./ / Eis senão quando/ Vê num silvado/ Andar piando/ Arrepiado/ E esvoaçando/ Um rouxino...
Era uma vez, lá na Judeia, um rei./ Feio bicho, de resto:/ Uma cara de burro sem cabresto/ E duas grandes tranças./ A gente olhava, reparava, e via/ Que naquela figura não havia/ Olhos de quem gosta ...
Em certo reino, á esquina do planeta,/ Onde nasceram meus Avós, meus Paes,/ Ha quatro lustres, viu a luz um poeta/ Que melhor fôra não a ver jamais./ / Mal despontava para a vida inquieta,/ Logo ao n...
Para isso fomos feitos:/ Para lembrar e ser lembrados/ Para chorar e fazer chorar/ Para enterrar os nossos mortos —/ Por isso temos braços longos para os adeuses/ Mãos para colher o que foi dado/ Ded...
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