Ajudar os Outros
Ajudar os outros não é nada de extraordinário.
Ser voluntário por esta ou aquela causa não é nada de especial.
Ouvir, fazer companhia ou dar afeto a esta ou àquela pessoa, também não.
E doar dinheiro a quem precisa, tampouco.
Isso é o que é suposto acontecer.
Extraordinário é sermos indiferentes a quem sofre, a quem está só ou a quem vive na escassez.
Como é possÃvel o ser humano desprezar o semelhante? Será que não entendemos que ao fazê-lo estamos a despedaçar a casa de todos?
A «Nova Terra» será sempre um lugar de igualdade, onde o melhor de cada um estará constantemente à disposição dos outros, de forma a equilibrar a energia de todos.
O nosso dever enquanto missionários do amor é materializar o nosso dom em contribuição.
Se assim fosse, nunca existiria privação, pois o melhor de nós consegue alimentar muitos corações carenciados.
E é isso que tenho feito ao longo da minha vida.
Desde que encontrei o melhor em mim, e muitas vezes contra uma grande falange de pessoas, que o partilho diariamente, seja através de publicações nas redes sociais, quer seja através de livros, conferências, sessões individuais e por aà adiante. Coloquei o meu dom ao serviço dos outros. E, honestamente, apesar de dizerem que a sensação de ajudar tanta gente deve ser extraordinária, a verdade é que, e quem lida diariamente comigo sabe-o, não ligo muito a isso. Não interpreto as coisas dessa maneira. Para mim, extraordinário é estar a cumprir a minha missão de uma forma tão natural e incondicional. É ser quem sou e ser verdadeiramente feliz a fazê-lo.
Se mais pessoas o fizessem, tenho a certeza, a balança entre o dar e o receber entre todos estaria muito mais equilibrada. O mundo não penderia, dramaticamente, para nenhum dos lados, logo, não haveria espaço para o ego que ostenta nem para o ego que se vitimiza. O que acontece muitas vezes é que as pessoas estagnam o seu dom, à espera de receber daquela pessoa a quem o doaram uma, duas ou dez vezes e então não o disponibilizam para mais ninguém. Cegam. Naturalmente, e porque estamos todos ligados, a Terra entra imediatamente em escassez com essa atitude. O amor não vive de apegos; como tal, e para não incorrermos tantas vezes nesse erro, é fundamental tomar a consciência de que é preciso dar, sim, mas sem exigir receber na mesma moeda e muito menos da mesma pessoa.
Dá, simplesmente dá, deixa fluir e confia no Universo.
Ele tratará de te fazer chegar em duplicado o que deste seja por quem for.
Faz da tua natureza o teu estilo de vida e verás, num abrir e fechar de olhos, como é extraordinário viver.
Gustavo Santos, in 'A Verdade do Amor'