Somos os Comandantes das Nossas Vidas
Se alguém te disser que aquilo que queres não interessa para nada, desinteressa-te dessa pessoa.
Somos os comandantes das nossas vidas.
Somos nós, portanto, que escolhemos com quem queremos caminhar, e ai de alguém que acredite que pode entrar à força na nossa vida sem a devida autorização. Na minha não entram, disso podes ter a certeza. E se todos pensássemos assim, se todos agíssemos em conformidade com esta breve alusão ao nosso poder pessoal, viveríamos todos num autêntico mar de rosas. Mas não. Este princípio básico é o terror de muita gente. A maioria talvez. Malta que acredita que tem de aguentar o suplício de viver ou conviver com quem lhe quer mal ou lhe é indiferente. É uma desgraça. É o reinado do medo. Do medo de ficar sozinho, de nunca mais sentir nada por ninguém, de tudo o que possam dizer ou pensar se agirem como desejam, da reação do outro, de magoá-lo, enfim, o medo de tudo. Ora bem, esta onda de passividade e permissividade gera a extinção da confiança, fomenta o canibalismo do amor-próprio e inverte todo e qualquer tipo de educação apropriada. Como é que algum filho, por exemplo, pode desenvolver-se em amor se tudo o que vê em casa são duas pessoas que mal se olham ou que se atacam, manipulam, se anulam ou coisa que o valha? É uma miséria. É miserável a educação que se está a dar aos jovens.
E a causa principal, não tenhamos dúvidas, passa pela má formação dos pais. Se podem ter sofrido com os pais deles? Podem. Se podem ter perdido a esperança em algum momento das suas vidas? Podem. Se podem agir continuadamente assim? Não. Não podem. Nada é desculpa para isso. Nem a educação que tiveram nem a maior dor que possam ter sentido alguma vez. Nada justifica viver ao lado de uma pessoa que já não se ama, onde a cumplicidade já não mora, assim como o bem-querer e o prazer.
Mudem. Tenham coragem de assumir o fim para que possam aceder a novos princípios.
Quantos destes casais já se estão nas tintas para aquilo que o outro deseja? Quantas pseudo-amizades estão constantemente a negar uma vontade tua? Quantos familiares te induzem sistematicamente a deixares de acreditar que é possível. Queres uma sugestão? Manda toda esta gente para o espaço. Toda. Sem exceção. E sim, sei do que falo. Já o fiz mais do que uma vez. Hoje em dia já não, já não preciso, pois seleciono, e de que maneira, quem caminha comigo, mas já o fiz. E sabe tão bem fazê-lo.
Quem não respeitar os teus interesses, por muito estranhos que até possam parecer aos seus olhos, não te ama, não te quer bem, quer-te debaixo da sua asa para não voares nem representares ameaça nenhuma. Sim, porque quem deseja e luta por isso ameaça até o mais forte dos egos.
Cuidado, portanto, com os passageiros que escolhes para viajarem contigo. Seleciona-os com o coração. Não por dependência, por pena nem nada que se pareça, elege-os por amor.
Gustavo Santos, in 'Ama-te'