A mocidade é romântica, sempre dominada pelo sentimento; a velhice é clássica nos seus gostos, mais amiga da ordem e da restrição que da paixão e da liberdade; a idade madura paira entre os dois extremos, e com a vontade disciplinada, o espírito claro e os desejos coordenados, pacientemente constrói. A regra do conhecimento, disse Descartes, é pensar com clareza; só o que é claramente compreendido é verdade; só assim os desejos se fundem no carácter e na vontade.
A grande qualidade dos anos maduros está na moderação; e o grande defeito, na mediocridade. Nada mais fácil do que fugir ao esforço para cair na rotina, passando da vida vertical para a horizontal. Este perigo ameaça a maior parte dos homens; a sesta durante a tarde é um símbolo e um começo. Mas moderação de nenhum modo implica mediocridade; pode significar força e profundidade de espírito. A acção resoluta combina-se com a moderação no desejar e no falar. O próprio Nietzsche, tão imoderado, dizia que poucos conhecem a força e a significação de duas coisas muito altas - medida e moderação.

Will Durant, in "Filosofia da Vida"

1. A Acção é o Segredo da Felicidade
2. A Vida Que Nos Escapa Entre os Dedos
3. A Solidão não Constitui Alimento, apenas Jejum
4. O Intelecto Como Auxiliar da Felicidade
5. A Ignorância Propaga-se Mais Rápidamente Que a Inteligência
6. A Realidade Básica da Vida Está nas Relações Humanas
7. A Prática Fomenta a Vontade
8. O Carácter não se Revela no muito Consumir, mas no muito Criar
9. Para Que Serve a Filosofia?
10. A Moralidade dos Homens Exaustos
11. A Sabedoria é a Nossa Salvação
12. A Mocidade Propõe, a Maturidade Dispõe
13. A Nossa Sensibilidade
14. A Tirania Intelectual do Número
15. O Prolongamento da Adolescência
16. Medida e Moderação