Alberto d'Oliveira
Portugal
13 Jun 1873 // 23 Abr 1940
Escritor/Poeta
13 Jun 1873 // 23 Abr 1940
Escritor/Poeta
11 Poemas
>>À Minha Filha (1)
Vejo em ti repetida,/ A anos de distância,/ A minha própria vida,/ A minha própria infância./ / É tal a semelhança,/ É tal a identidade,/ Que é só em ti, criança,/ Que entendo a eternidade....
Mães de Portugal (2)
Ó Mães de Portugal comovedoras,/ Com Meninos Jesus de encontro ao peito,/ Iguais na devoção e amor perfeito/ Aos painéis onde estão Nossas Senhoras!/ / Ó Virgem Mãe, qual se tu própria foras...
Lisboa (3)
Ó Cidade da Luz! Perpétua fonte/ De tão nÃtida e virgem claridade,/ Que parece ilusão, sendo verdade,/ Que o sol aqui feneça e não desponte.../ / Embandeira-se em chamas o horizonte:/ Um fulgo...
O Mar Agita-se, como um Alucinado (4)
O Mar agita-se, como um alucinado:/ A sua espuma aflui, baba da sua Dor.../ Posto o escafandro, com um passo cadenciado,/ Desce ao fundo do Oceano algum mergulhador./ / Dá-lhe um aspecto estranho a ...
A Ti (5)
Como o sol nasce do monte/ E todo o vale alumia,/ Assim no meu horizonte/ Nasceu teu olhar, um dia./ / Nessa manhã cor-de-rosa,/ Que dos teus olhos saÃa,/ Tua voz melodiosa/ Foi a voz da cotovia./ ...
Lição Quotidiana (6)
Cada manhã ressuscito / Do sono, esse irmão da Morte,/ Que é minha estrela do norte,/ Meu professor de infinito./ / Hora por hora medito/ Sua lição clara e forte;/ Mas nem assim minha sorte/ Enc...
Cinco Sentidos (7)
Cinco sentidos são os cinco dedos/ Com que o homem tacteia a escuridão,/ Rodeado de sombras e segredos/ De que busca, e não acha, a solução./ / Mas decerto haverá mundos mais ledos/ Onde outros...
Velhice (8)
Ãgua do rio Letes, onde passas?/ Venha a mim o teu curso benfazejo/ Que sepulta alegrias ou desgraças/ No mesmo esquecimento sem desejo./ / Quero beber-te por contÃnuas taças.../ E à s horas do p...
Vós Outros! que Dizeis que o Amor é um SuplÃcio (9)
Vós outros! que dizeis que o Amor é um suplÃcio,/ Que a flor da Decepção se abre em todo o Prazer,/ Que aconselhais à Alma o mosteiro, e o cilÃcio,/ Pois nada pode consolar-nos de viver:/ / Po...
No Penedo da Meditação (10)
Aprende-se até morrer.../ Mas eu fui mais refractário:/ Morrerei sem aprender,/ Vida, o teu abecedário!/ / Nem a Dor, nem o Prazer,/ No seu vaivém arbitrário,/ Souberam dar ao meu ser/ As regras...
