Teixeira de Pascoaes

Portugal
8 Nov 1877 // 14 Dez 1952
Poeta

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Delirio

Não posso crêr na morte do Menino!
E julgo ouvi-lo e vê-lo, a cada passo...
É ele? Não. Sou eu que desatino;
É a minha dôr soffrida, o meu cansaço.

Delirio que me prendes num abraço,
Emendarás a obra do Destino?
Vê-lo-ei sorrir, de novo, no regaço
Da mãe? Verei seu rosto pequenino?

Misterio! Sombra imensa! Alto segredo!
Jamais! jamais! Quem sabe? Tenho mêdo!
Que vejo em mim? A treva? a luz futura?

Ah, que a dôr infinita de o perder
Seja a alegria de o tornar a ver,
Meu Deus, embora noutra creatura!

Teixeira de Pascoaes, in 'Elegias'
// Consultar versos e eventuais rimas




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