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119 Poemas

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Epilogo (41)

Meu coração, não batas, pára!/ Meu coração, vae-te deitar!/ A nossa dor, bem sei, é amara,/ A nossa dor, bem sei, é amara.../ Meu coração, vamos sonhar.../ Ao mundo vim, mas enganado./ Sint...

Quando Chegar a Hora (42)

Quando eu, feliz! morrer, oiça, Sr. Abbade,/ Oiça isto que lhe peço:/ Mande-me abrir, alli, uma cova á vontade,/ Olhe: eu mesmo lh'a meço.../ / O coveiro é podão, fal-as sempre tão ba...

O Morto Prazenteiro (43)

Onde haja caracóis, n'um fecundo torrão,/ Uma grandiosa cova eu mesmo quero abrir,/ Onde repouse em paz, onde possa dormir,/ Como dorme no oceano o livre tubarão./ / Detesto os mausoléus, odeio o...
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Quando a Erva Crescer em Cima da Minha Sepultura (44)

Quando a erva crescer em cima da minha sepultura,/ Seja este o sinal para me esquecerem de todo./ A Natureza nunca se recorda, e por isso é bela./ E se tiverem a necessidade doentia de interpretar ...

Lacrimae Rerum (45)

Noite, irmã da Razão e irmã da Morte,/ Quantas vezes tenho eu interrogado/ Teu verbo, teu oráculo sagrado,/ Confidente e intérprete da Sorte!/ / Aonde são teus sóis, como corte/ De almas inqui...

No Crepusculo (46)

Nasce a luz do luar dos derradeiros,/ Êrmos, soturnos pincaros sósinhos.../ Andam sombras no ar e murmurinhos/ E vagidos de luz... e os Pegureiros/ Descem, cantando, a encosta dos outeiros.../ / Ta...
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Dizeres Ãntimos (47)

É tão triste morrer na minha idade!/ E vou ver os meus olhos, penitentes/ Vestidinhos de roxo, como crentes/ Do soturno convento da Saudade!/ / E logo vou olhar (com que ansiedade! ...)/ As minhas ...
Livro de Mágoas

Tomamos a Vila depois de um Intenso Bombardeamento (48)

A criança loura/ Jaz no meio da rua./ Tem as tripas de fora/ E por uma corda sua/ Um comboio que ignora./ / A cara está um feixe/ De sangue e de nada./ Luz um pequeno peixe/ — Dos que bóiam nas ...

Anima Mea (49)

Estava a Morte ali, em pé, diante,/ Sim, diante de mim, como serpente/ Que dormisse na estrada e de repente/ Se erguesse sob os pés do caminhante./ / Era de ver a fúnebre bachante!/ Que torvo olha...

A Mãe e o Filho (50)

Teu sêr tragicamente enternecido,/ Em desespero de alma transformado,/ Vae através do espaço escurecido/ E pousa no seu tumulo sagrado./ / E ele acorda, sentindo-o; e, comovido,/ Chora ao vêr teu...
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