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119 Poemas

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Poema da Morte na Estrada (51)

Na berma da estrada, nuns quinhentos metros,/ estão quinhentos mortos com os olhos abertos./ / A morte, num sopro, colheu-os aos molhos./ Nem tiveram tempo para fechar os olhos./ / Eles bem sabiam d...

Viverás, que da Pena a Força Emana (52)

Ou pra fazer-te o epitáfio vivo,/ ou vives mais e a terra me apodrece./ Tua memória a morte deste arquivo/ não tira, mas de mim o resto esquece./ Aqui terá o teu nome imortal gala,/ indo eu, hei-...

Sepultura Romântica (53)

Ali, onde o mar quebra, n'um cachão/ Rugidor e monótono, e os ventos/ Erguem pelo areal os seus lamentos,/ Ali se há-de enterrar meu coração./ / Queimem-no os sóis da adusta solidão/ Na fornal...
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Quando Tornar a Vir a Primavera (54)

Quando tornar a vir a Primavera/ Talvez já não me encontre no mundo./ Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente/ Para poder supor que ela choraria,/ Vendo que perdera o seu único amig...

Ausencia (55)

Lúgubre solidão! Ó noite triste!/ Como sinto que falta a tua Imagem/ A tudo quanto para mim existe!/ / Tua bemdita e efémera passagem/ No mundo, deu ao mundo em que viveste,/ à nossa bôa e mate...

Nome Para Uma Casa (56)

Ossos enxutos de repente as mãos/ sobre o repousado peito entrelaçadas/ como quem adormeceu/ à sombra de uma quieta/ e morosa árvore de copa alargada./ Dos olhos direi que abertos/ para dentro me...
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Canção (57)

A pastorinha morreu, todos estão a chorar. Ninguem a conhecia e todos estão a chorar./ / A pastorinha morreu, morreu de seus amôres. à beira do rio nasceu uma arvore e os braços da arvore abrira...

Miseria Occulta (58)

Bate nos vidros a aurora,/ Vem depois a noute escura;/ E o pobre astro que ali móra,/ Não abandona a costura!/ / Para uns a vida é d'abrolhos!/ Para outros mouta de lyrios!/ Bem o revelam seus olh...

A Morte, esse Lugar-Comum (59)

É trivial a morte e há muito se sabe/ fazer - e muito a tempo! - o trivial./ Se não fui eu quem veio no jornal,/ foi uma tosse a menos na cidade.../ / A caminho do verme, uma beldade/ — não dir...

À Morte (60)

Tu que mísero vives/ no vão dos braços/ em súbito furor/ / Tu de mãos cativas/ senhor dos ombros/ indefeso dador/ / Tu que os dedos secas/ no liso peito/ armado amador/ / Tu no cárcere vivo/ da...
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