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118 Poemas

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Rios sem Discurso (111)

Quando um rio corta, corta-se de vez/ o discurso-rio de água que ele fazia;/ cortado, a água se quebra em pedaços,/ em poços de água, em água paralítica./ Em situação de poço, a água equiv...

Ele Viu a Árvore (112)

Ele viu a árvore:/ era enorme e caminhava com seus pés de raízes;/ em sua copa havia ninhos onde a vida brotava/ e dela desciam cobras para matar a vida./ / Ele viu a árvore: ia impelida pelas fo...

Cobra Norato - XXVIII (113)

A floresta se avoluma/ / Movem-se espantalhos monstros/ Riscando sombras estranhas pelo chão/ / Arvores encapuçadas soltam fantasmas/ Com visagens do lá-se-vai/ / O luar amacia o mato sonolento/ /...
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Cobra Norato - I (114)

Um dia/ eu hei de morar nas terras do Sem-fim/ / Vou andando caminhando caminhando/ Me misturo no ventre do mato mordendo raízes/ / Depois/ Faço puçanga de flor de tajá de lagoa/ E mando chamar a...

Maçã (115)

Por um lado te vejo como um seio murcho/ Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende o cordão/ [placentário/ / És vermelha como o amor divino/ / Dentro de ti em pequenas pevides/ Palpita a v...

O Cacto (116)

Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária: Laocoonte constrangido pelas serpentes,/ Ugolino e os filhos esfaimados./ Evocava também o seco nordeste, carnaubais, caatingas.../ Era e...
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Mormaço (117)

Calor. E as ventarolas das palmeiras/ e os leques das bananeiras/ abanam devagar/ inutilmente na luz perpendicular./ Todas as coisas são mais reais, são mais humanas:/ não há borboletas azuis nem...

As Brancas Nuvens (118)

As brancas nuvens pairam sobre Chiu e Chu,/ As brancas nuvens vão contigo sempre./ Estão contigo em Chiu, e estão contigo em Chu,/ As brancas nuvens vão para onde fores./ Cruzam aflantes sobre o ...
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