Para ti, meu amor, é cada sonho/ de todas as palavras que escrever,/ cada imagem de luz e de futuro,/ cada dia dos dias que viver./ / Os abismos das coisas, quem os nega,/ se em nós abertos inda em n...
Dormir/ mas o sonho/ repassa/ duma insistente dor/ a lembrança/ da vida/ água outra vez bebida/ na pobreza da noite:/ e assim perdido/ o sono/ o olvido/ bates, coração, repetes/ sem querer/ o dia./ /...
Arde no lar o fogo antigo/ do amor irreparável/ e de súbito surge-me o teu rosto/ entre chamas e pranto, vulnerável:/ / Como se os sonhos outra vez morressem/ no lume da lembrança/ e fosse dos teus o...
Quantas vezes chorou no teu regaço/ a minha infância, terra que eu pisei:/ aqueles versos de água onde os direi,/ cansado como vou do teu cansaço?/ Virá abril de novo, até a tua/ memória se fartar da...
Acusam-me de mágoa e desalento,/ como se toda a pena dos meus versos/ não fosse carne vossa, homens dispersos,/ e a minha dor a tua, pensamento./ / Hei-de cantar-vos a beleza um dia,/ quando a luz qu...
Sonhos/ enormes como cedros/ que é preciso/ trazer de longe/ aos ombros/ para achar/ no inverno da memória/ este rumor/ de lume:/ o teu perfume,/ lenha/ da melancolia./ / Carlos de Oliveira, in 'C...
Quando por fim as árvores/ se tornam luminosas; e ardem/ por dentro pressentindo;/ folha a folha; as chamas/ ávidas de frio:/ nimbos e cúmulos coroam/ a tarde, o horizonte,/ com a sua auréola incande...
Sons sob a luz. Mosteiros,/ torres sobrenaturais,/ vibrando fluidamente no ar;/ como? se o fluxo de mica,/ os altos blocos de água,/ cintilam sem rumor./ / Toda esta arquitectura,/ lenta percussão, p...
O tempo é um velho corvo/ de olhos turvos, cinzentos./ Bebe a luz destes dias só dum sorvo/ como as corujas o azeite/ dos lampadários bentos./ / E nós sorrimos,/ pássaros mortos/ no fundo dum paul/ d...
O amor de guardar ódios/ agrada ao meu coração,/ se o ódio guardar o amor/ de servir a servidão./ Há-de sentir o meu ódio/ quem o meu ódio mereça:/ ó vida, cega-me os olhos/ se não cumprir a promessa...
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