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Tiago Nené

Portugal
n. 29 Mar 1982
Poeta/Tradutor

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10 Poemas



Quero ir onde a promessa quebrou (1)

Quero ir onde a promessa quebrou,/ ao momento em que as mãos se apagaram./ Foi breve o acordar na lembrança de outro corpo,/ o regresso do subúrbio da vida/ desviou o coração para a janela etérea/ on...
Este Obscuro Objecto do Desejo

Pretendo germinar nas fronteiras dos deslimites (2)

Pretendo germinar nas fronteiras dos deslimites./ Contemplo as mãos. Ocupam a chave, longa e nocturna,/ constelada de um mapa que é de todo génese./ Em volta o mundo converte-se em paisagem estável./...
Este Obscuro Objecto do Desejo

Não sei se falo ou se bebo (3)

Não sei se falo ou se bebo,/ sou uma porta marítima sobre a matéria./ Esvoaço em novas águas e prolongo o improviso/ das imagens que imitam./ Não tenho mitologias no monólogo e no medo, ergo-me/ como...
Este Obscuro Objecto do Desejo
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Talvez tenha faltado ao meu próprio encontro (4)

Talvez tenha faltado ao meu próprio encontro,/ e na dor que persiste sinto naturalmente/ os últimos suspiros do crepúsculo nos primeiros arrepios da madrugada,/ um cutelo na memória, a porta que bate...
Este Obscuro Objecto do Desejo

Esta janela tem o peso das suas estrelas (5)

Esta janela tem o peso das suas estrelas/ e todas as coisas se movem por cima desta folha branca./ Quando nos encontramos habitamos uma hora diferente,/ trocamos os corpos pela redução do rosto./ Ass...
Este Obscuro Objecto do Desejo

Há muito que a paz parou de crescer entre as nossas carnes (6)

Há muito que a paz parou de crescer entre as nossas carnes,/ entre tudo o que se excede enquanto não é manhã/ e tudo o que se rodeia de deuses e paz insípida./ Há muito que este beijo projecta em mim...
Este Obscuro Objecto do Desejo
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Sinónimos num idioma diferente (7)

Sinónimos num idioma diferente,/ nós que carregamos estes filhos com a linguagem da luz,/ que corremos com uma canção de Outono,/ que varremos o nosso túmulo. Durante anos/ conjugámos a meditação com...
Este Obscuro Objecto do Desejo

O que tenta ensaiar esta beleza (8)

O que tenta ensaiar esta beleza/ na sua violência prematura, nas linhas do seu submundo./ Observo-a como um guarda-nocturno/ numa fábrica de relógios, procuro-a/ com uma fome que me isola de mim. E o...
Este Obscuro Objecto do Desejo

O que se descreve é como cotovelos no parapeito (9)

O que se descreve é como cotovelos no parapeito,/ pode ser tão sombrio/ quanto uma interrogação em círculo,/ tão viril quanto este caminho mau,/ tão minucioso quanto esta perspectiva não infinita./ E...
Este Obscuro Objecto do Desejo

De tanto reentrar no mesmo vazio (10)

De tanto reentrar no mesmo vazio/ e conhecer o vento glacial que me absorve,/ mantenho aceso o fogo que a consciência envelhece,/ um consolo cruzado entre um fumo de dúvidas./ E esta travessia de séc...
Este Obscuro Objecto do Desejo


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