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William Shakespeare

Inglaterra
23 Abr 1564 // 23 Abr 1616
Dramaturgo/Poeta/Actor/Compositor

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Amar quem Está tão Próximo da Morte

Esta estação do ano podes vê-la
em mim: folhas caindo ou já caídas;
ramos que o frémito do frio gela;
árvore em ruína, aves despedidas.
E podes ver em mim, crepuscular,
o dia que se extingue sobre o poente,
com a noite sem astros a anunciar
o repouso da morte, gradualmente.
Ou podes ver o lume extraordinário,
morrendo do que vive: a claridade,
deitado sobre o leito mortuário
que é a cinza da sua mocidade.
    Eis o que torna o teu amor mais forte:
    amar quem está tão próximo da morte.

William Shakespeare, in "Sonetos"
Tradução de Carlos de Oliveira
// Consultar versos e eventuais rimas




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