Centro da minha terra pecadora,
alma gasta da própria rebeldia,
porque tremes lá dentro se por fora
vais caiando as paredes de alegria?
Para quê tanto luxo na morada
arruinada, arrendada a curto prazo?
Herdam de ti os vermes? Na jornada
do corpo te consomes ao acaso?
Não te arruínes, alma, enriquece:
vende as horas de escória e desperdício
e compra a eternidade que mereces,
sem piedade do servo ao teu serviço.
    Devora a Morte e o que de nós terá,
    que morta a Morte nada morrerá.

William Shakespeare, in "Sonetos"
Tradução de Carlos de Oliveira
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1. Comparar-te a um Dia de Verão?
2. Meus Olhos Vêem Melhor se os Vou Fechando
3. Ah, que Olhos Pôs Amor na Minha Cara
4. Sem um Filho te Apagarás no Poente
5. A Noite não me Deu nenhum Sossego
6. A Minha Ausência de Ti
7. À Morte Peço a Paz Farto de Tudo
8. Amar quem Está tão Próximo da Morte
9. Não Diga o Meu Espelho que Envelheço
10. Não te Arruínes, Alma, Enriquece
11. Se Nada Há de Novo
12. És Música e a Música Ouves Triste?
13. Adeus! Caro de Mais te Possuía
14. Viverás, que da Pena a Força Emana