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41 Poemas

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Amar (21)

Amar não deve ser desfortuna./ O cio transfunde/ a lagartixa e o homem/ na criação tenaz./ E o buxo, o pólen/ e as primeiras folhas/ da vinha virgem. Amor/ não tem quaresma,/ nela impetuoso regr...

Entre Dentes (22)

Deitado sobre ti/ ensinas-me a sair/ da treva./ / Com a boca dorida/ por tanta palavra/ ensanguentada/ devoro o teu cabelo/ ouro que se desfaz/ por entre os dentes./ / E o teu sorriso/ quando te pene...

Ilusão (23)

Vens todas as madrugadas/ prender-te nos meus sonhos,/ —estátua de Bizâncio/ esculpida em neve!/ e poisas a tua mâo/ mavia e leve/ nas minhas pálpebras magoadas.../ / Vens toda nua, recortada e...
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Engrinalda-me com os Teus Braços (24)

Teu corpo de âmbar, gótico, afilado,/ Sempre velado de cheirosos linhos,/ Teu corpo, aprilino prado,/ Por onde o meu desejo, pastor brando,/ Risonho há-de viver, pastoreando/ Meus beiços, desinqu...

Quis Achar Teu Corpo (25)

Quis achar no teu corpo uma loucura nova/ alguma coisa viva/ que lá não estava/ e que era só minha/ e que eu te emprestava./ / Então, deu-me saudade/ do tempo em que teu corpo/ fruta à prova/ jÃ...

Porque Há Desejo em Mim (26)

Porque há desejo em mim, é tudo cintilância./ Antes, o cotidiano era um pensar alturas/ Buscando Aquele Outro decantado/ Surdo à minha humana ladradura./ Visgo e suor, pois nunca se faziam./ Hoje...
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O Anel de Corina (27)

Enquanto espera a hora combinada/ De o remeter com flores a Corina,/ Ovídio oscúla o anel que lhe destina/ E em que uma gema fulge bem gravada./ / — « Como eu te invejo, ó prenda afortunada !/ ...

Areia e Fonte (28)

Foste a primeira que vi/ logo que as águas baixaram/ nos campos que cultivei,/ nos bosques onde caçava./ / Dos arbustos que cobriam/ a negra pele do monte/ cortei ramos e adornei-te/ de aroma e cor...

As Mãos que se Procuram (29)

Quando o olhar adivinhando a vida/ Prende-se a outro olhar de criatura/ O espaço se converte na moldura/ O tempo incide incerto sem medida/ / As mãos que se procuram ficam presas/ Os dedos estreita...

Ver-te. Tocar-te (30)

Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras./ Que desenhos e rictus na tua cara/ Como os frisos veementes dos tapetes antigos./ Que sombrio te tornas se repito/ O sinuoso caminho que persigo: um desejo...
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