Publicidade

119 Poemas

<< >>

Enterro de Ophelia (81)

Morreu, Vae a dormir, vae a sonhar... Deixal-a!/ (Fallae baixinho: agora mesmo se ficou...)/ Como padres orando, os choupos formam ala,/ Nas margens do ribeiro onde ella se afogou.../ / Toda de branc...

Mortos, Ainda Morremos (82)

O rastro breve que das ervas moles/ Ergue o pé findo, o eco que oco coa,/ A sombra que se adumbra,/ O branco que a nau larga —/ / Nem maior nem melhor deixa a alma às almas,/ ...

Cantiga do Rosto Branco (83)

Rico era o rosto branco; armas trazia,/ E o licor que devora e as finas telas;/ Na gentil Tibeima os olhos pousa,/ E amou a flor das belas./ / “Quero-te!†disse à cortesã da aldeia;/ ...
Publicidade

Testamento do Homem Sensato (84)

Quando eu morrer, não faças disparates/ nem fiques a pensar: «Ele era assim...»/ mas senta-te num banco de jardim,/ calmamente comendo chocolates./ / Aceita o que te deixo, o quase nada/ destas p...

Como Realiza o Corpo este Exercício da Queda (85)

Como realiza o corpo este exercício/ da queda no súbito conhecimento/ do espanto, quando os olhos estão vencidos,/ cerrados pela transparência e pela luz/ ofuscante da alva? À medida que o corpo...

Saudade Extrema (86)

1/ / Gentil Rola, que sobre o ramo seco,/ Desse viúvo freixo, brandas queixas/ Espalhas toda a noite, e escutas o eco/ Repetir-te mavioso iguais endechas:/ / 2/ / Não chores. Ouve a meu...
Publicidade

Queixam-se Todos os Defuntos (87)

Nós, abaixo assinados pela terra,/ clamamos, de que em tanta mortandade/ não tenha entrado Médico, nem Frade;/ e que só faça a morte aos pobres guerra!/ / Dirá a morte que pouco ou nada erra,/ ...

Vinda do Fundo (88)

Vinda do fundo, luzindo/ Ou atadura, escondendo,/ Vindo escura/ Ou pegajosa lambendo/ Vinda do alto/ / Ou das ferraduras/ Memoriosa se dizendo/ Calada ou nova/ Vinda da coitadez/ Ou régia numas esca...

Te Baptizar de Novo (89)

Te baptizar de novo./ Te nomear num trançado de teias/ E ao invés de Morte/ Te chamar Insana/ Fulva/ Feixe de flautas/ Calha/ Candeia/ Palma, porque não?/ Te recriar nuns arco-...

Palavras d'um Certo Morto (90)

Há mil anos, e mais, que aqui estou morto,/ Posto sobre um rochedo, à chuva e ao vento:/ Não há como eu espectro macilento,/ Nem mais disforme que eu nenhum aborto.../ / Só o espírito vive: vel...
<< >>

Publicidade

Publicidade

© Copyright 2003-2025 Citador - Todos os direitos reservados | SOBRE O SITE