Vivemos e Morremos Sós
Nós, os homens, vivemos e morremos sós, a individualidade é qualquer coisa de intransponÃvel. Ninguém pode atravessar essa fronteira que nos separa do resto do mundo (somos eu e o restante, que nos rodeia, nos cerca, mas não nos penetra; o que nunca chega a ser parte de nós próprios), embora tenhamos alcançado com efeito, através de um pacto social, uma convivência razoável, que nos permite não nos comermos uns aos outros.
Rafael Chirbes, in 'Crematório'